Adquira conhecimento

Conteúdos exclusivos para você!

Carro em uma tragédia com enchente.

Tragédia: como “seguir em frente”?

A tragédia pode surgir de forma inesperada, deixando um rastro de dor e confusão em nossas vidas, mesmo quando não estamos diretamente envolvidos. Este artigo abordará como seguir em frente após tais eventos devastadores, como a tragédia das enchentes aqui no Rio Grande do Sul. Muitas pessoas enfrentam a culpa ao tentar retomar a normalidade, sentindo-se divididas entre seguir adiante e respeitar a dor daqueles que ainda sofrem intensamente. A complexidade de equilibrar o sofrimento pessoal com a empatia pelo sofrimento alheio pode ser esmagadora.

Sendo assim, vamos explorar maneiras de lidar com essa dor, oferecendo estratégias para encontrar um caminho de volta à vida cotidiana, mesmo quando parece impossível. Discutiremos como aceitar e processar a culpa, e como oferecer suporte a quem está enfrentando uma tragédia maior. O caminho de recuperação é único para cada indivíduo, mas há passos comuns que podem ajudar a todos a encontrar uma nova forma de viver. É sobre isso que trataremos neste artigo.

Os frutos da tragédia

A tragédia frequentemente traz à tona sentimentos profundos e complexos, e um dos mais comuns é a culpa. Esse sentimento pode surgir de uma percepção dolorosa de que, na rotina diária, não demos a devida importância a certas pessoas ou situações. Além disso, em tempos de normalidade, é fácil nos distrairmos com nossas próprias preocupações e rotinas, deixando de perceber o sofrimento que pode estar acontecendo ao nosso redor.

Quando uma tragédia ocorre, ela rompe essa bolha de distração e nos força a confrontar realidades que antes ignorávamos. De repente, somos lembrados de que sempre há pessoas sofrendo, e que talvez tenhamos passado desapercebidos por essas dores, sem oferecer o apoio ou a atenção necessários. Essa realização pode ser esmagadora, intensificando o sentimento de culpa.

Essa culpa pode ser um reflexo da nossa própria humanidade. Ela nos mostra que, apesar de nossas melhores intenções, muitas vezes falhamos em ver e responder ao sofrimento dos outros. Pode ser que, no meio da correria cotidiana, deixamos de notar os sinais de quem estava precisando de ajuda, ou simplesmente não conseguimos dedicar o tempo e a energia que gostaríamos para estar presentes para aqueles que amamos.

A tragédia, portanto, não apenas traz à tona o sofrimento atual, mas também nos confronta com nossas falhas passadas e com a realidade contínua do sofrimento humano. Talvez aqui esteja a chave de não saber como seguir em frente… O que fazer, agora que esses sentimentos afloraram?

O remédio

O remédio para o sentimento de culpa que surge após uma tragédia reside em concentrar-se naquilo que está ao nosso alcance fazer. Em vez de nos deixarmos paralisar por sentimentos de culpa e impotência, precisamos focar nas nossas circunstâncias e nas ações concretas que podemos tomar. Este foco nos permite transformar a culpa em ação direcionada para ajudar onde realmente podemos fazer a diferença.

Ao direcionar nossa atenção para o que está ao nosso redor, podemos identificar maneiras práticas de oferecer suporte. Isso pode significar estar presente para amigos e familiares que também estão sofrendo, ou envolver-se em atividades comunitárias que promovam a solidariedade. Ajudar de forma concreta, mesmo que em pequenas ações, pode aliviar o sentimento de impotência e nos permitir ver que estamos contribuindo de maneira positiva.

Agora, ficar paralisado pela culpa, especialmente por situações que estão além do nosso controle, não é produtivo. Essa paralisação pode nos impedir de agir de forma eficaz onde temos o poder de fazer a diferença. Isso porque, quando focamos excessivamente no sofrimento distante, negligenciamos as oportunidades de apoiar e fazer a diferença na vida daqueles que estão próximos de nós.

Por exemplo, em vez de nos sentirmos culpados por tragédias distantes, podemos canalizar essa energia para voluntariar em organizações locais, oferecer apoio emocional a amigos e familiares, ou até mesmo doar recursos para causas em que acreditamos. Assim, transformamos a culpa em ação positiva.

Concentrar-se em ações tangíveis que estão ao nosso alcance permite não apenas aliviar o sentimento de culpa, mas também promover uma sensação de propósito e utilidade. Dessa forma, ao invés de ficarmos paralisados, podemos mover-nos em direção a um caminho de cura e apoio mútuo, criando um impacto positivo e significativo em nossa comunidade e em nós mesmos.

Geise Devit é casada, mãe de 8, consagrada da Comunidade Filhos da Cruz e psicóloga. Uma mulher alegre e decidida, que encontrou realização e um sentido para vida na missão, em ajudar os outros, em escutar, em acolher as dificuldades como psicóloga.

Agende uma conversa!

Atendimento personalizado